Abismo...

As vezes penso no abismo, nas nuvens encobrindo os pensamentos, tão tensos como os meus dias. Dias ocupados, certo ou não, o tempo que sobra se torna rebarba da arda vida de se ocupar. Não sei por que, não nos satisfazemos com o que temos e queremos mais para menos, ou será que isso acontece apenas comigo. É a dúvida que pleiteia o pensamento, desfoca os sentimentos, e aos poucos vamos vendo que tudo que é comum, se torna melhor, e o sofisticado é obsoleto para os nossos corações. O discurso bonito que o importante da vida são as coisas pequeninas do cotidiano e os detalhes de mais um dia, quase sempre funciona, mas não queria escrever assim, parece meloso e não faz meu tipo. Sempre o meio termo é o termo mais relevante a ser buscado, capitalismo a parte, ser o melhor é bom, mas não é o suficiente, temos que ser normais, ninguém é bom em tudo o que faz. Há princípios que valem mais que aquele carro bacana ou aquela grana do papai, pena que esse "valer" não vale tanto quanto essa demagogia de seres pobres da sociedade. O primordial é ser o espelho da sua coragem, o retrato da imagem contruída pelos seus atos e por seus criadores. Estruturando pensamentos, colocamos na balança da vida, se é que isso é realidade, as verdades de um dia, de um tempo, de uma ou várias pessoas, amáveis ou não, odiáveis ou não, desconhecidas ou não, mas sempre calculamos que estas poderiam ser melhores. Por que pensar tanto nos outros e esquecer tanto de nós? Não sei, mas uma coisa leva a outra, e te leva a esquecer a mesquinharia da sua vida, que não anda de mal a pior, mas sempre poderia ser melhor, mas ela é o que ela é, é o retrato dos seus passos, se quiser mudar o caminho é só andar para o outro lado, prestar atenção nas pedras, olhar para cima e para baixo, sempre se noticando que não está acima de ninguém e nem abaixo, sendo sempre aquilo que não sonhou, mas que sempre alguém sonha, sempre alguém pensa, mas também pensa que não é o suficiente, todos somos suficientemente bom para arriscar, "não's" e "sim's" a parte, me parte o coração, mas lhe reparto e também parto, até mais ver.

Hoje o dia está diferente, estranhamente incomum, como os meus pensamentos, se há um abismo, por que não se jogar?